domingo, 31 de janeiro de 2010

ESTRATÉGIA DE COMBATE A GRIPE "A" PREVÊ VACINAÇÃO DE GRUPOS DE RISCO

Leia os principais trechos da entrevista do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao programa Bom Dia Ministro, que é transmitido ao vivo para emissoras de rádio em todo o Brasil.

Estratégia de combate a gripe "A" prevê vacinação de grupos de riscoO Brasil tem uma grande experiência acumulada e mais de 30 anos do Programa Nacional de Imunizações. Todos se lembram, por exemplo, do Dia Nacional de Vacinação contra a poliomielite, que acontece todo ano. Em 2008 fizemos uma operação e vacinamos quase 70 milhões contra rubéola. Temos uma experiência muito grande de levar a vacina para a Região Amazônica, por exemplo, com apoio da Marinha, da Aeronáutica e do Exército. E com apoio de organizações não governamentais. As próprias Secretarias Municipais de Saúde já tem experiência e toda uma estratégia para que ninguém deixe de tomar a vacina da maneira como ela está planejada. Entre os grupos que o Brasil vai vacinar, o primeiro é o de trabalhadores da área da saúde. Isso é muito importante para evitar que os médicos e enfermeiros que atendem a população adoeçam e não possam trabalhar. O segundo é o das gestantes, esteja no primeiro, segundo ou terceiro trimestre da gravidez. Em terceiro, a população indígena. Porque esse grupo tem uma fragilidade estrutural em relação as viroses respiratórias. Em quarto, as pessoas com doenças crônicas. Pode ser doenças respiratórias ou cardiopatas. Pessoas imunodeprimidas que estão em tratamento, ou que fizeram transplante renal. E doenças metabólicas, como diabetes. Todos serão vacinados. E mais dois grupos que a maioria dos países não estavam vacinando, mas que o Brasil vai vacinar: crianças saudáveis de seis meses à dois anos, e adultos saudáveis de 20 a 29 anos. Isso porque nestas duas faixas etárias se concentraram grande parte dos casos graves e dos óbitos em 2009.É importante chamar atenção que nenhum país do mundo está propondo vacinar toda a população. A China tem 1 bilhão e 400 milhões de habitantes e estive lá em dezembro conversando com o ministro da saúde, e eles estão tentando vacinar 1 milhão de pessoas por dia. Ora, nesse ritmo, eles levariam tanto tempo pra vacinar toda a população que o problema da doença já teria desaparecido. A única doença que até hoje a saúde pública mundial tentou vacinar toda a população do planeta foi contra a varíola e isso demorou mais de seis anos. Essa definitivamente não é uma estratégia de vacinação universal. Tem que ter foco, visando principalmente proteger os profissionais de saúde pra que o sistema não sofra nenhum tipo de interrupção e em segundo lugar, os grupos mais vulneráveis, frágeis e aqueles onde a incidência e a mortalidade for mais importante.

O áudio da entrevista está disponível no site da Secretaria de Imprensa da Presidência. www.imprensa.planalto.gov.br

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